Às vésperas do Natal, Álvaro Garnero e a equipe do 50 por 1 foram para um pequeno sítio nas imediações de Flakaberg, na Lapônia sueca.

Foram para tão longe para visitar Lars Erickson, um membro da etnia Sami, a única etnia considerada indígena na Europa – nativa da Escandinávia. Estima-se que existam 130 mil Samis na Lapônia Escandinava – área que abrange norte da Noruega, Suécia, Finlândia e uma pequena parte da Rússia. Eles ocupam uma área de 390 mil km2.

Lars, como 2800 Samis, vive da criação de renas – hoje uma atividade só permitida à etnia Sami. Da rena ele tira tudo: leite, pele, carne, até o osso vira utensílio de casa. Mas uma coisa importante de explicar é que as renas mais fracas são sacrificadas antes do inverno – que chega inacreditáveis 50 graus negativos. As árvores que ele leva para fazer o fogo são as que caíram naturalmente – e ele faz questão de guardar os nós das árvores que usou, porque elas são uma identidade, que mostram que uma árvore nunca é igual à outra. Quase como uma digital.

Historicamente os samis eram nômades, hoje, apesar de fixado em seu sítio, Lars não perdeu o hábito nômade. Ele tem pelo menos cinco casas de pastoreio para observar suas renas em diferentes partes da região. Lars levou a equipe do 50 por 1 para uma delas. Uma coisa interessante foi ver que no caminho havia diversos montinhos de pedras – parecia coisa de filme da Bruxa de Blair, mas a explicação para isso era bem mais simples: no inverno a neve cobre a trilha, as pedras são uma forma de marcar o caminho quando a neve está muito alta.

Quando você vai buscar a história dos Sami, há evidências de que eles habitam essa área da Escandinávia há pelo menos 5000 anos. Alguns arqueólogos falam em 10 mil anos. Ou seja, é uma população mais antiga que os vikings – os guerreiros do norte. Samis e vikings co-habitaram mas nunca conviveram. Uma das maiores características dessa turma é que, com tanta história, não há relato de qualquer guerra em que os Samis se envolveram. É a única população do mundo com esse tempo de história e que nunca se envolveu em uma guerra.

Lars não gosta muito da comparação com papai-noel. Diz que a figura não faz parte da cultura dele. Mas depois que a gente conhece um bom velhinho que cria renas na Lapônia e respeita tanto a natureza fica mais fácil acreditar no espírito natalino, não é?

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